Morre, aos 74 anos, João Milton Kemmerich, titular do Cartório de Registro Civil de Pessoas

Morre, aos 74 anos, João Milton Kemmerich, titular do Cartório de Registro Civil de Pessoas

Foto: Marcelo Oliveira (Diário/Arquivo)

Nesta quinta-feira, dia 21 de setembro, o escrivão que deixou seu nome e sua generosidade marcados na vida de milhares de casais de Santa Maria, teve sua cerimônia de despedida. João Milton Kemmerich morreu no início da manhã, no Complexo Hospitalar Astrogildo de Azevedo, aos 74 anos, e teve seu corpo velado na cidade onde fez história. Milhares de casais de Santa Maria o conheciam, assim como os convidados das cerimônias de casamento. Kemmerich, que entre 1979 e 2005, já havia celebrado mais de 22 mil uniões na cidade – número que cresceu muito de 2005 para cá – estava internado no hospital desde o último sábado. Ele havia sido diagnosticado com uma doença grave há alguns meses. Após o velório, o corpo seria cremado.


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Com 74 anos, mais conhecido com escrivão, ele era titular do Cartório de Registro Civil de Pessoas, localizado na Rua Benjamim Constant, próximo à Silva Jardim, há 40 anos. A maioria dos casamentos civis desde 1979 em Santa Maria foram registrados sob o aval de Kemmerich. Em reportagem do Diário de 2005, ele já contabilizava 22 mil casamentos – parte deles ocorria no próprio cartório, e outra parte eram celebrados nos clubes e salões das festas, onde ele comparecia, sempre bem vestido e com seu sorriso tímido.


Em 2005, ele comentou que ouviu muitos “sim”, e um “não” também. A união dos casais no papel dependia da documentação que saía do cartório de Kemmerich, formado em Direito pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Para casar no civil, é preciso dizer “sim” na frente do juiz de paz, que acompanha o escrivão no casamento. Depois da concordância dos noivos, ele lia a ata que torna oficial o casório. Nela estão data, local, nome do juiz, nomes dos noivos, profissão, endereço, filiação, nome das testemunhas e a frase que garante que nenhum dos noivos está fazendo algo obrigado.


A trajetória profissional de Kemmerich começou ainda em 1968. Ele era estudante em Passo Fundo, e como tinha habilidade com a máquina de escrever, candidatou-se a uma vaga de escrevente em um cartório. Em 1972, foi aberto um concurso para escrivão para a cidade de São Borja. E lá foi Kemmerich fazer a seleção. Conquistou o primeiro lugar, empatado com um colega de Santo Ângelo. Mas a sorte sorriu para ele, e surgiu uma vaga em Palmeira das Missões. Kemmerich assumiu o cartório em 11 de janeiro de 1973. Lá, ficou até 30 de setembro de 1979, quando se mudou para Santa Maria. Mesmo depois de participar de tantos casamentos, Kemmerich lembrou, em entrevista ao Diário em 2005, que ainda tinha fôlego:


– Só não participo dos casamentos quando não posso. Procuro ir a todos. Gosto muito dessa profissão. Só não faço casamentos no sábado à tarde, que é hora de ir ao supermercado, ficar com a família – comentou ele, em 2005.


À epoca, ele contou que o único “não” que ouviu foi de uma noiva, que pediu para falar com o juiz e esclareceu que estaria casando obrigada. O casório chegou a ser interrompido, deixando os convidados de boca aberta. Algum tempo de conversa entre o casal se passou. Eles voltaram e, finalmente, veio o “sim” da jovem.


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